Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2009

Caminhante não há caminho

Imagem
Caminhante, são teus passos o caminho e nada mais; Caminhante, não há caminho, faz-se caminho ao andar. Ao andar se faz caminho, e ao voltar a vista atrás se vê a senda que nunca se voltará a pisar. Caminhante, não há caminho, apenas sulcos de escuma no mar. Antonio Machado A versão de Joan Manuel Serrat no álbum de tributo a António Machado: https://www.youtube.com/watch?v=vIEUWDYVpHg

Ou há vontade de foder ou está tudo fodido

Aos 18 anos mudei de curso da Covilhã para Coimbra e colocaram-me numa Residência Universitária, a Residência João Jacinto. Partilhava quarto com um colega muito bonito, 1m80, 27 anos, pintor, libertino, órfão de pai que todos os dias desde criança fazia o almoço à mãe e lho levava à fábrica onde ela trabalhava (era um cozinheiro como nunca vi, um génio na cozinha). Raramente dormia no quarto, havia sempre uma Maria que o queria na casa dela (casou com uma médica feia como o diabo dois anos mais tarde); penso que ainda estão casados passados 24 anos (engordou e é engenheiro), Chico é o seu nome, gostava de mulheres pequenas e magras. Voltando à primavera de 1987, eu 19 anos, apaixono-me que nem um perdido pela beldade do curso (belíssima, loira, 1m80, inteligente, rica - andava de BMW, pintora e doida varrida). No quarto, altas horas da noite, o Chico tenta dormir e, de candeeiro aceso, escrevo poemas de amor. Às tantas ele perde a paciência, soergue-se da cama apoiando-se no

Desbaptizar-se

para os interessados segue-se o texto de M. Onfray, estou com ele: "J’ai été baptisé, comme des millions de français, et cela ne m’empêche pas de dormir. L’eau bénite a été gâchée et l’huile d’olive aurait mieux servi si elle avait agrémenté un filet de poisson servi au presbytère par la bonne moustachue du curé, le tout accompagné d’un vin blanc qui, rappelons-le à nos lecteurs, n’est pas plus sang du christ que l’eau baptismale un liquide magique. Enfant de chœur, je me goinfrais d’hosties avant l’heure du petit déjeuner, j’en mettais dans mon bonnet et les plongeais dans le café au lait de la pension, je buvais au goulot le vin blanc doux tiède de la sacristie, mais ça n’a pas fait avancer le nécessaire combat antichrétien. Tant qu’on perd son énergie à créditer un rite qu’on veut discréditer, on oublie de porter le fer là où il doit être porté. Car le christianisme fait plus de mal dans le formatage contemporain des corps que dans sa capacité à laisser des « traces spirituel