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A mostrar mensagens de janeiro, 2011

Falharam a vida, meninos*

"Nas fotografias que gostam de mostrar têm o cabelo revolto e um ar de quem tem a certeza de tudo. São a chamada geração de 60, definição imprecisa mas prática por essa imprecisão que permite englobar nela muitos daqueles que foram jovens um pouco antes ou depois dessa década ícone para a geração que não só nos tem governado como também construiu o mundo imaginário onde vivemos. Esse mundo onde público era sinónimo de justiça e gratuitidade rimava com solidariedade. Esse mundo onde governar bem equivalia a fazer cada vez mais promessas de redistribuição e onde o Estado passou a ser entendido como o grande doador. Esse mundo onde não haveria mais guerras porque tudo se resolveria pelo diálogo, esse mundo onde a corrupção era um problema dos outros, sobretudo daqueles que os tinham antecedido, porque eles eram puros. A cada dia que passa, a cada pirueta sobre o empobrecimento de que não se deve falar porque parece mal e é populista abordar tal assunto, sobre os jornalis

Desabafos de um Homem Moderno

Meus amigos, pensei um bocado na vida e é triste... simplesmente triste... Um gajo dantes chegava a casa do trabalho e a mulher vinha cumprimentar, seguida do cão, aos pulos e a abanar a cauda, contente e satisfeito por o dono estar de volta. Dava-se um beijo, perguntava-se como correra o dia... essas coisas! Depois um gajo abancava no sofá da sala, ligava a televisão no programa desportivo ou nas notícias enquanto a sua esposa na cozinha preparava o jantar. Acabado que era, ela chamava o gajo para a mesa, baixinho para não interferir com a informação. Um tipo jantava um belo dum entrecosto grelhado e de vez em quando passava a mão pela "febra", descobrindo as meias de ligas e a lingerie rendada que a mulher pusera para o agradar. Cafezinho servido e um balão de conhaque acamavam a refeição, enquanto na TV passava um filme de suspense. Entretanto a mulher dedicada ia trocar de roupa para levantar a mesa e passava de avental por cima do body decotado e corres

Vi Deus

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" He visto a Dios a menudo en mi vida. Allá, en ese desierto mauritano, bajo la luna que rastrillaba la noche con tonos violetas y azules; en las mezquitas frescas de Bengasi o de Trípoli, en Libia; durante mi periplo hacia Cirene, la patria de Aristipo; no lejos de Port Louis, en Mauricio, en un santuario consagrado a Gamesh, el dios adornado con una trompa de elefante; en la sinagoga del barrio del gueto, en Venecia, con una kipá en la cabeza; en el coro de las iglesias ortodoxas en Moscú, un ataúd abierto en la entrada del monasterio de Novodevichye, mientras que en el interior rezaban la familia, los amigos y los popes con sus magníficas voces, cubiertos de oro y rodeados de incienso; en Sevilla, delante de la Macarena, en presencia de mujeres bañadas en lágrimas y hombres de rostros estáticos; o en Napóles, en la iglesia de San Javier, el patrono del pueblo construido al pie del volcán, cuya sangre se licúa, según dicen, en determinadas fechas; en Palermo, en el convento de

Mortalidade infantil

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aqui está algo que sinto como mau e que é difícil de pôr em palavras; boas políticas (tal como o tão contestado fecho das maternidades do Correia de Campos)  ou luxos de novos-ricos sem bom senso? a lei dos rendimentos decrescentes torce o nariz a estes resultados. tem custos económicos exorbitantes salvar todos os recém-nascidos com malformações e problemas graves de saúde (afinal cada ser é uma combinação genética singular e ao mesmo tempo uma "experiência" da "Ana Tereza") . vamos acabar em quê, com milhares e milhares de euros por parto (em vez das centenas de euros de uma parteira, uma certa selecção natural e alguma qualidade de vida para a mãe e o filho) e no limite, 3 por mil recém-nascidos ligados a máquinas de apoio de vida desde o nascimento?