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Demócrito de Abdera - o grande riso

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Democritus , por  Hendrick ter Brugghen , 1628 "... uma ética hedonista, essa ética reside na declaração da alegria ( euthymía ) como finalidade da moral, ao que Demócrito de Abdera acrescenta a utilidade como critério de bem." "... uma franca e clara metafísica da esterilidade, Demócrito convida a não procriar: é impossível educar com sucesso. É uma tarefa que está acima das possibilidade de qualquer um. Ninguém consegue cumprir correctamente com ela. E uma educação frustrada, sobretudo quando se trata dos próprios filhos, é uma verdadeira fonte de chatices! (...) Para aqueles que sentem de forma mais aguda os pruridos familiares, o filosofo aconselha a adopção de um filho de outrem..." "Não temer nada nem ninguém, nem aos deuses nem aos senhores, não empreender nenhuma tarefa que esteja acima das suas forças e dos seus meios; conhecer os seus limites e apontar ao realizável; não perder a alma em prazeres cuja satisfação leva seguramente a insati

Aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós

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Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim: Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: - Ladrões, ladrões, malditos ladrões! Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: - É um louco! Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua. Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei:  - Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!  Assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: A liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido

Contra-história da filosofia - O cristianismo hedonista ( vol II )

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Página PRIMEIROS TEMPOS 9 O golpe de estado cristão (ano 321 DC) 10 Papiro - depois pergaminho - depois papel, ocasiões para deturpar ou eliminar 19 O confuso início do cristianismo 20 A filosofia obedece às leis de Darwin (sem seguidores uma ideia morre) 21 O nihilismo do Sec I DC 23 O ataque às heresias salva as heresias 25 Simão o mago , moscardo de Paulo de tarso. 26 Gnósticos encráticos (ascéticos) e gnósticos licenciosos 29 O amor ao próximo sob a forma de uma fogueira. 30 A seita autoriza um último uso da razão (abdicar dela) 36 Os gnósticos não são platónicos porque não detestam o corpo 37 O cristianismo é uma gnose que deu certo 39 Jesus é concebido como contemporâneo de Tibério 40 O mundo (mau) foi feito por Deus 61 Os cristãos paulinos apreciam a propriedade 65 O reino na Terra? 72 O fim pela espada de Constantino 75 Como um mal nunca vem só, surge o Islão! IDADE MÉDIA 79 Jesus resgatou o pecado, de todos e para sempre. 88 A única realidade que impor

Tetrapharmakon

[...] a sociedade do tempo de Epicuro era uma sociedade doente. Os homens acreditavam que era preciso muito dinheiro, luxúria e fama para alguém poder ser feliz. O medo da morte e do sofrimento estava plantado em seus corações. Toda a miséria humana era causada pelas falsas crenças e pelos desejos sem limites, que nelas eram fundados. Epicuro partia da pressuposição de que a sociedade humana era corrompida e era sua influência que corrompia os homens e os fazia miseráveis. As crenças que mais faziam os homens infelizes eram o medo dos deuses, o medo do sofrimento e o medo da morte. Para curá-los dessas crenças, o filósofo dispunha de um tetrapharmakon, ou seja, de um quádruplo remédio: não há nada a temer quanto aos deuses, não há nada a temer quanto à morte, a dor é suportável e a felicidade está ao alcance de todos. 1. Não se deve temer os deuses , porque eles não se ocupam nem se preocupam com os homens, como imagina o povo, nem são os artífices do mundo como pensa

O caminho do meio

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Jesus, Judas e Pedro caminham pela Judeia e deparam com um rio caudaloso. Judas diz: -É pá! Que rio! Como vamos atravessar, mestre? - Caminhando sobre as águas, Judas. - Oh Cristo, olha que eu não sei nadar, retorque Judas! - Oh homem de pouca fé, confia em mim e não te afogarás! Avança Pedro e atravessa, quase caminhando sobre as águas, com a água apenas pelos tornozelos. A seguir vai Jesus e, como era seu costume, caminha calmamente sobre as águas. Judas começa por sua vez a travessia. Desconfiado, como sempre. Com medo de se afogar. Dá um passo e já tem a água pelos joelhos... Diz, assustado: - Oh Cristo, olha que eu não sei nadar! - Oh homem de pouca fé, confia em mim e não te afogarás! Dá outro passo e já tem água pela cintura. Com a voz esganiçada diz: - Oh Cristo, olha que eu já te disse que não sei nadar! - Oh homem de pouca fé, confia em mim, não te afogarás! Dá mais um passo e já só tem a cabeça fora de água. Com Judas quase a afogar-se diz Pedro para Jesus: -

Da riqueza e da pobreza material

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O que é a propriedade? Descobri que para que existam ricos é necessário que haja pobres a quem os primeiros possam comprar parte da vida (horas de trabalho). Não tinha a certeza, no fundo talvez pudéssemos acabar com a pobreza sem acabar com os ricos. Mas não é possível porque a riqueza é essencialmente definida pela possibilidade da compra de pedaços baratos de vidas alheias (horas de trabalho) com custos baixos para que a riqueza não se delapide rapidamente. A ideia nada tem de original mas ainda não tinha percebido a falácia da direita e da esquerda moderada quando dizem que "não queremos acabar com os ricos, queremos é acabar com os pobres". A riqueza é horas de trabalho dos outros, acumuladas por um. Não quero dizer que seja injusto podermos comprar pedaços de servidão voluntária de outrem, pelo contrário; todos o fazemos quando vamos ao médico ou temos aulas. Mas o que dizer das heranças, os teus filhos já nascerem com direito à servidão dos meus ainda por nas

O grilo e a vontade

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Grilo macho Grilo fêmea - "grila" Grilo e a sua toca Num buraco da soleira da porta do meu prédio, no rés-do-chão, vive um grilo. À tarde e à noite, desde Junho, ele canta ininterruptamente, durante horas. Já não o posso ouvir mas como me ensina filosofia também não o expulsei de lá. Desde que fiz 6 anos os grilos começaram a ensinar-me filosofia, política e moral. Poucos professores foram tão influentes no meu pensamento como o foram os grilos. Em relação aos meus professores humanos os grilos têm três vantagens: são todos parecidos, vivem vidas parecidas e sabem viver. Não é raro que os animais ensinem filosofia aos filósofos, por exemplo foi um rato que ensinou a viver ao meu mestre Diógenes . Era um rato como os outros ratos. Sábio como todos os ratos. Aliás, nos livros escolares dos nossos pais havia um grilo, ufano da sua beleza e canto que acabava a ser enjaulado numa caixa - um ensinamento moral adequado `ditadura de Salaz: não te evidencies, não

Humanos

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Ontem, a ler Charles Darwin , dei-me conta do profundo respeito e admiração que esse grande homem tinha pelos humanos. De uma forma um tanto condescendente comigo mesmo, nunca tinha lido este autor. Ao ponto de, pelas leituras de outros, o não ter em grande consideração. Sou cínico por natureza, por isso sempre me resultou estranho que algumas pessoas (como Hobbes ) achem que os homens são intrinsecamente maus e egoístas quando é evidente que somos (também) tão generosos e sociais. Tornados solitários somos profundamente infelizes. Quem leu Robinson Crusoe recorda certamente a alegria que sentiu (eu senti) quando finalmente deixou de estar só na ilha e apareceu 6ª Feira. Nunca entendi a irracionalidade dessa gente que apregoa que somos lobos uns para os outros. Finalmente, com o tempo, comecei a entender o seu ponto de vista*. Darwin nada teve a ver com essa perversão que é o darwinismo social , de facto Darwin acreditava nos Homens e a sua filosofia testemunha a favor dos "

Pirão de peixe

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Pergunta: - E se no Mundo, para aplacarmos a fome,  apenas houvesse pirão de peixe, o que seria um sábio ? Resposta: - Simples, o sábio iria "conhecer o Pirão, querer o Pirão, amar o Pirão, contentar-se com ele, nunca recriminar contra ele, desejá-lo tal como é, e, consequência destas práticas teóricas e existenciais, desfrutar do Pirão, encontrar-se [com ele] como peixe na água, sem jamais se questionar das suas relações com o pirão, eis por palavras toda a sabedoria" num Mundo só com pirão de peixe. Pergunta: - E se no Mundo apenas houvesse pirão de peixe, o que fariam as pessoas vulgares? Resposta: - Simples, o que fazemos [eu incluído!] de costume, sofrer e ser infelizes porque desconheceríamos o Pirão, não quereríamos o Pirão, não gostaríamos de Pirão, não nos contentaríamos com ele, imaginaríamos as mais diversas iguarias neste e no outro Mundo, recriminaríamos contra ele, desejaríamos outro pirão, e, consequência destas práticas teóricas e existenciais

Estado de Sítio

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Página 13 Homens falando: "A Espanha não, homem, a Espanha não!" 17 Nada: "Eu, Nada (...) bêbado por desdém de todas as coisas." 17 Nada: "a vida vale a morte, o homem é feito de madeira de que se fazem as fogueiras." 18 Nada: "Não vocês não estão na ordem, vocês estão na fila. bem alinhados, de ar tranquilo, vocês estão maduros para a calamidade." 18 Nada: "Li nos livros que vale mais ser cúmplice do céu que sua vítima." 21 Nada: "E nada desta Terra, nem rei, nem cometa, nem moral, estarão nunca acima de mim!" Página 31 Diego: "Cem anos depois de eu morrer Poodia a Terra perguntar-me Se eu já te tinha esquecido Que eu responderia ainda não!" 67 O Coro: "O nosso coração não era inocente mas amávamos o Mundo e os seus Verões."  81 Nada: "Estou farto de dizer que não estou morto!" 86 A Mo

O Mito de Sísifo: ensaio sobre o absurdo

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Albert Camus UM RACIOCÍNIO ABSURDO As páginas que se seguem tratam de uma sensibilidade absurda que se pode encontrar esparsa em nosso século — e não de uma filosofia absurda que o nosso tempo, para sermos claros, não conheceu. É, portanto, de uma honestidade primordial assinalar, logo de início, o que elas devem a certos espíritos contemporâneos. Minha intenção de ocultá-los é tão pequena, que eles se verão todos citados e comentados ao longo da obra. Mas é proveitoso observar, ao mesmo tempo, que o absurdo, tomado até aqui como conclusão, é considerado neste ensaio como um ponto de partida. Nesse sentido, pode-se dizer o quanto há de provisório na minha ponderação: nada se saberia conjeturar na posição a que ela obriga. Aqui somente se encontrará a descrição, em estado puro, de uma doença do espírito. [1] Nenhuma metafísica, nenhuma crença estão misturadas com isso, no momento. São os limites e o compromisso único deste livro. O absurdo e o suicídio Só existe um

Núpcias em Tipasa

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Na Primavera Tipasa é habitada pelos deuses e os deuses falam no sol, no odor dos absintos, no mar revestido por uma couraça de prata, no céu de um azul inclemente, nas ruínas cobertas de flores e na luz que jorra aos borbotões por entre as pedras amontoadas . Em certas horas o campo fica negro de sol. Os olhos tentam inutilmente perceber outra que não sejam as gotas de luz e as cores que tremem na beira dos cílios. O odor intenso das plantas aromáticas arranha a garganta e sufoca, no calor descomunal. A muito custo, no fundo da paisagem, consigo vislumbrar a massa escura do Chenoua, que se enraíza nas colinas que circundam a aldeia, estremece com um ritmo seguro e pesado, para ir agachar-se no mar. Chegamos pela aldeia que se abre sobre a baía. Entramos num mundo amarelo e azul, onde nos acolhe o suspiro perfumado e acre da terra estival da Argélia. Por toda a parte, as buganvílias, de um rosa avermelhado, irrompem do alto dos muros das casas de campo; nos jardins, hibiscos d

Camus, a ordem libertária

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"Não há vergonha em ser feliz. Mas hoje o imbecil é rei, e chamo imbecil àquele que tem medo de gozar." Fieis a si mesmos, quase todos filhos da alta burguesia, falsos, geniais, ridículos, hei-los actores em 1944...; "Nesta foto célebre de Brassaï Camus está no atelier de Picasso do crème de la crème do momento: Sartre sentado, um olho em direcção ao fotógrafo, Lacan desfocado (nele era fatal como o destino!), Picasso de braços cruzados fixando a objectiva, Beauvoir com um sorriso malicioso, segurando um livro como um missal antes da missa, Leiris sentado de terno, e alguns outros. Camus está de cócoras, entre Sartre e Leiris; Não olha o fotógrafo, acaricia um cão sentado no tapete diante dele. (...) No seu diário Camus escreve: "Trabalhadores franceses - os únicos ao lado dos quais eu me sinto bem, tenho vontade de conhecer e de viver . Eles são como eu." in L´Ordre Libertaire , Michel Onfray, Flammarion , 2012

Sabedoria

François Boscher: Você prepara igualmente um livro mais íntimo. Michel Onfray: Um projecto que poderá mesmo apagar a totalidade dos meus livros precedentes, saído de meditações e reflexões, do meu luto depois da morte do meu pai, ou seja, dois anos. Eu não sou cristão nem sequer crente, não tenho o sentido da transcendência... mas ao mesmo tempo isso mudou as coisas. Esse livro, que se chamará provavelmente Cosmos , será um convite a ir para além dos livros, dizendo que é talvez tempo de ler o céu, as plantas, a Natureza, o mundo. Se não entendemos que não somos nada no cosmos, se continuamos a acreditar que somos tudo, completamente ego-centrados... não saberemos viver bem, nem morrer bem. O meu pai entendeu-o, é a lição que ele me transmitiu pelo exemplo. A sua serenidade, a sua rectidão, tudo coisas que me fazem dizer que não é mau viver-se assim... Certas passagens reportar-se-ão à morte, como a preparar - penso aqui em mim próprio - porque, claro há uma cinquentena de livros...

Brel, o filósofo

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Tributo de Bowie: Amesterdão No porto de Amesterdão Há marinheiros que cantam Sobre os sonhos que os assombram Ao redor de Amesterdão No porto de Amesterdão Há marinheiros que dormem Como as bandeiras penduradas Ao longo das margens escuras No porto de Amesterdão Há marinheiros que morrem Cheios de cervejas e dramas Às primeiras luzes do dia Mas no porto de Amesterdão Há marinheiros que nascem No espesso calor Dos fracos oceanos No porto de Amesterdão Há marinheiros que comem Sobre toalhas também brancas De peixes gotejantes Eles mostram os dentes Que mastigam o destino Que engolem a lua Uma baforada de caras E cheira a bacalhau Directamente no coração das batatas fritas Que suas grandes mãos convidam A retornar uma vez mais Então, levantam-se a rir Com um ruído de tempestade Fecham suas braguilhas E partem arrotando No porto de Amesterdão Há marinheiros que dançam Esfregando suas barrigas Nas barrigas das mulheres Eles giram e eles dançam

Camus

"No inconsciente colectivo francês,  há uma espécie de paixão por este homem que era humilde, simples, impecável, vertical, que encarnava verdadeiramente o que amamos mais na França, a justiça, a verdade, os valores, a virtude, enfim esse género de coisas. O contrário de Sartre." Entrevista a partir do minuto 11 .

Obrigado Albert

Com uns dias de atraso sobre os 52 anos da morte do amigo Albert (04-Jan-1962), um encontro de amigos falam de um amigo. Obrigado Albert. BIBLIOTHEQUE MEDICIS,Albert Camus por publicsenat « Amo esta vida com sinceridade e quero falar com liberdade; ela me dá o orgulho da minha condição de homem. Contudo, já me disseram várias vezes, não há porque ficar muito orgulhoso. Sim, há de quê: este sol, este mar, o meu coração palpitante de juventude, o meu corpo com gosto de sal e o imenso cenário onde a ternura e o génio se encontram no amarelo e no azul. É para conquistar isto que tenho de aplicar toda a minha força e meus recursos. Tudo aqui me deixa intacto, não abandono nada de mim mesmo, não me cubro de nenhuma máscara: basta-me aprende pacientemente a difícil ciência de viver que vale bem todos os "saber-viver".» «… porque negaria eu a alegria de viver, se  sei  não encerrar tudo na simples alegria de viver? Não há vergonha em ser feliz. Mas hoje o imbecil é rei, e eu ch

O escritor de Friburgo Michel Bavaud converte-se ao ateísmo aos 80 anos (traduzido)

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O escritor cristão, chegado ao entardecer da sua vida, divorcia-se do cristianismo e fala de Deus como de “uma bela miragem" Patrick Chuard | 12.12.2011 | 00:00 Pedagogo e escritor de Friburgo, Michel Bavaud lança uma pedra na pia de água benta. Envolvido há décadas com a Igreja católica, ele conta como se tornou ateu num livro onde acerta contas com Roma e a religião. O seu trâmite pretende ser um “sair do armário” pessoal mais do que um acto de militância, assegura ele, na sua cozinha de Treyvaux (FR) coroada ainda por um crucifixo. Diálogo com um «Indignado» da fé. Você escreve que teria sido mais razoável deixar a fé «nas pontas dos pés, como tantos outros». Porque não o fez? Não dizer que me tornei ateu seria uma mentira e uma cobardia. Muita gente veio ao longo dos anos pedir-me conselhos espirituais. Há religiosos entre os meus amigos. Seria desonesto não dizer o que penso realmente. Pode-se comparar com um homossexual que sente necessidade de fazer

A morte não nos diz respeito (Carta a Meneceu)

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Epicuro a Meneceu, saudações. Que nenhum jovem adie o estudo da filosofia, e que nenhum velho se canse dela; pois nunca é demasiado cedo nem demasiado tarde para cuidar do bem-estar da alma. O homem que diz que o tempo para este estudo ainda não chegou ou já passou é como o homem que diz que é demasiado cedo ou demasiado tarde para a felicidade. Logo, tanto o jovem como o velho devem estudar filosofia, o primeiro para que à medida que envelhece possa mesmo assim manter a felicidade da juventude nas suas memórias agradáveis do passado, o último para que apesar de ser velho possa ao mesmo tempo ser jovem em virtude da sua intrepidez perante o futuro. Temos portanto de estudar o meio de assegurar a felicidade, visto que se a tivermos, temos tudo, mas se não a tivermos, fazemos tudo para a obter. Pratica e estuda sem cessar aquilo que estava sempre a ensinar-te, tendo a certeza de que estes são os primeiros princípios da vida boa. Depois de aceitar deus como o ser imortal e bem-aventurado

Já vou

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