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Cosmos

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"O meu pai morreu nos meus braços, vinte minutos antes do início da noite do Advento, de pé, como um carvalho fulminado ("foudroyé") que, golpeado pelo destino, tivesse-o aceite, mas recusasse-se a cair. Tomei-o nos meus braços, desenraizado da terra que acabava de abandonar, levado como Eneias levou seu pai ao deixar Troia. Então, sentei-o ao longo de um muro, depois, quando ficou claro que não voltaria, deitei-o ao comprido no chão, como para acamá-lo no nada a que ele parecia haver-se juntado sem dar-se conta." Primeira frase do livro "Cosmos" de Michel Onfray P.S.: Início de leitura.

Universidade Popular

Surpreendente trabalho. https://www.youtube.com/watch?v=38ebm30VTrU

Cosmos

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Life is a too short poem for evolutions . 23-Jun-2014 Cromeleque dos Almendres Esta é uma nota de rodapé cósmica ao Solstício de Verão de 2014 no Cromeleque dos Almendres *, o meu 47º.  Em 47 ciclos da terra a matéria se compôs e se recompôs em mim na mais perfeita ordem e naturalidade; no Cosmos NADA se modificou... Neste total e plúmbeo silêncio, simultaneamente decepcionante e  reconfortante, somos únicos. Num céu vazio somos nossa propriedade exclusiva. --- Nos tempos pré-históricos éramos demasiado semelhantes ao que somos hoje. Outro xamã se sentou neste lugar há 7000 anos e teve as mesmas certezas que eu: a circularidade do tempo , a fragilidade da vida , a continuidade desta desde a erva mais humilde ao animal homem , a estabilidade do Cosmos e o silêncio dos céus . Somos matéria pensante mas não somos a única matéria pensante , o Cromeleque dos Almendres aponta numa direção cósmica em que algures outro xamã, no seu "Cromeleque" nas vizinha

Não acrescentes negatividade à negatividade que já existe

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Uma história, comum a quem foi encornado , mostra como Montaigne agia: ver , ouvir , não dizer nada , certamente, mas - método supremo... - mostrar que se sabe , depois não dizer nada . Quando o seu irmão morre num acidente de jogo de péla , procuram por todo o lado a sua corrente de ouro para as partilhas da herança. Sem a encontrarem. Como irmão mais velho, Montaigne preside à partilha. Pede que se procure no cofre da sua própria mulher. De facto a jóia está lá! Antoinette, mãe do filósofo, salva a honra da nora assumindo que foi ela que arrumou a jóia aí. Montaigne aceita a explicação, mas faz essa versão dos acontecimentos ser registada por um notário, tendo os 3 irmãos como testemunhas... Nos Ensaios (...) Montaigne teoriza sobre a condição de corno, esclarecendo que toda a gente já foi, é ou será encornado. Ou então toda a gente encornou, encorna ou encornará. Não há por que se melindrar por tão pouco! Em primeiro lugar a honestidade não é a coisa mais bem distri

Tornar a razão popular

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Estamos rodeados de mitos, intuições mal formadas e superstições diversas. Fazem-se as afirmações mais extraordinárias e fornecem-se provas aristotélicas débeis, indícios diáfanos, sinais ambíguos... "Deus é bom", porque os antigos disseram. "Há fantasmas" porque ouvi barulhos em casa... e por ai fora. Todos esquecem que afirmações extraordinárias exigem provas igualmente extraordinárias! A razão é a única arma que temos, nada mais. Essa estranha ferramenta que se contradiz logo que se afirma é o único salva-vidas à nossa disposição, poucos o apanham e quase sempre sem admitirem preferir morrer afogados. Pag 9 - A ignorância prende e o saber liberta      13 - A universidade francesa de hoje continua cousiniana      37 - A filosofia como substituto actual dos grandes discursos totalizantes (psicanálise, marxismo, cristianismo)      38 - A Bíblia e O Capital empalidecem enquanto o Corão brilha.      39 - A crescente demanda de filosofia.      57

Demócrito de Abdera - o grande riso

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Democritus , por  Hendrick ter Brugghen , 1628 "... uma ética hedonista, essa ética reside na declaração da alegria ( euthymía ) como finalidade da moral, ao que Demócrito de Abdera acrescenta a utilidade como critério de bem." "... uma franca e clara metafísica da esterilidade, Demócrito convida a não procriar: é impossível educar com sucesso. É uma tarefa que está acima das possibilidade de qualquer um. Ninguém consegue cumprir correctamente com ela. E uma educação frustrada, sobretudo quando se trata dos próprios filhos, é uma verdadeira fonte de chatices! (...) Para aqueles que sentem de forma mais aguda os pruridos familiares, o filosofo aconselha a adopção de um filho de outrem..." "Não temer nada nem ninguém, nem aos deuses nem aos senhores, não empreender nenhuma tarefa que esteja acima das suas forças e dos seus meios; conhecer os seus limites e apontar ao realizável; não perder a alma em prazeres cuja satisfação leva seguramente a insati

Contra-história da filosofia - O cristianismo hedonista ( vol II )

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Página PRIMEIROS TEMPOS 9 O golpe de estado cristão (ano 321 DC) 10 Papiro - depois pergaminho - depois papel, ocasiões para deturpar ou eliminar 19 O confuso início do cristianismo 20 A filosofia obedece às leis de Darwin (sem seguidores uma ideia morre) 21 O nihilismo do Sec I DC 23 O ataque às heresias salva as heresias 25 Simão o mago , moscardo de Paulo de tarso. 26 Gnósticos encráticos (ascéticos) e gnósticos licenciosos 29 O amor ao próximo sob a forma de uma fogueira. 30 A seita autoriza um último uso da razão (abdicar dela) 36 Os gnósticos não são platónicos porque não detestam o corpo 37 O cristianismo é uma gnose que deu certo 39 Jesus é concebido como contemporâneo de Tibério 40 O mundo (mau) foi feito por Deus 61 Os cristãos paulinos apreciam a propriedade 65 O reino na Terra? 72 O fim pela espada de Constantino 75 Como um mal nunca vem só, surge o Islão! IDADE MÉDIA 79 Jesus resgatou o pecado, de todos e para sempre. 88 A única realidade que impor

A ordem libertária, A vida filosófica de Albert Camus

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L'Ordre Libertaire de Michel Onfray Página 14 "... como nos podemos conduzir quando não se acredita nem em Deus nem na razão." 17 Ultrapassar o nihilismo pela fidelidade à Terra, pela memória da infância, por uma inscrição na ancestralidade e uma filosofia positiva. 24 "Para ele [o filósofo] o verbo faz-se carne, acto, acção, senão não serve para nada. 25 "A lenda de Camus é negativa: ela diz mal de um homem bom- como a de Freud é positiva, diz bem de um homem mau." 27 Camus: "Há assim uma vontade de viver sem recusar nada da vida que é a virtude que honro mais neste mundo." 30 A assinatura existencial de Camus é a intolerância a toda a forma de injustiça. 33 "Não é fácil tornar-mo-nos o que somos." 35 Pena de morte: "Os homens denominam esta vingança , a justiça" ( 6 lts de sangue) 36 "... indivíduos inumanos que reprovam a

Camus, a ordem libertária

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"Não há vergonha em ser feliz. Mas hoje o imbecil é rei, e chamo imbecil àquele que tem medo de gozar." Fieis a si mesmos, quase todos filhos da alta burguesia, falsos, geniais, ridículos, hei-los actores em 1944...; "Nesta foto célebre de Brassaï Camus está no atelier de Picasso do crème de la crème do momento: Sartre sentado, um olho em direcção ao fotógrafo, Lacan desfocado (nele era fatal como o destino!), Picasso de braços cruzados fixando a objectiva, Beauvoir com um sorriso malicioso, segurando um livro como um missal antes da missa, Leiris sentado de terno, e alguns outros. Camus está de cócoras, entre Sartre e Leiris; Não olha o fotógrafo, acaricia um cão sentado no tapete diante dele. (...) No seu diário Camus escreve: "Trabalhadores franceses - os únicos ao lado dos quais eu me sinto bem, tenho vontade de conhecer e de viver . Eles são como eu." in L´Ordre Libertaire , Michel Onfray, Flammarion , 2012

Sabedoria

François Boscher: Você prepara igualmente um livro mais íntimo. Michel Onfray: Um projecto que poderá mesmo apagar a totalidade dos meus livros precedentes, saído de meditações e reflexões, do meu luto depois da morte do meu pai, ou seja, dois anos. Eu não sou cristão nem sequer crente, não tenho o sentido da transcendência... mas ao mesmo tempo isso mudou as coisas. Esse livro, que se chamará provavelmente Cosmos , será um convite a ir para além dos livros, dizendo que é talvez tempo de ler o céu, as plantas, a Natureza, o mundo. Se não entendemos que não somos nada no cosmos, se continuamos a acreditar que somos tudo, completamente ego-centrados... não saberemos viver bem, nem morrer bem. O meu pai entendeu-o, é a lição que ele me transmitiu pelo exemplo. A sua serenidade, a sua rectidão, tudo coisas que me fazem dizer que não é mau viver-se assim... Certas passagens reportar-se-ão à morte, como a preparar - penso aqui em mim próprio - porque, claro há uma cinquentena de livros...

A sabedoria das abelhas. Primeira lição de Demócrito

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La Sagesse des abeilles (A sabedoria das abelhas) começa sobre o túmulo de um pai morto e termina nos astros, passando por um trajecto em direcção à estrela polar, um nascimento num quarteirão de bois decompostos, uma reencarnação de homens doces, a alma de um morto como condição de possibilidade da eloquência de um filho, uma meditação sobre o cosmos e as figuras do destino, uma anti-fábula das abelhas, uma cerimónia orgíaca destinada a iniciados, libações em honra dos solstícios, uma celebração das republicas das moscas do mel, uma genealogia do mal, uma lição dada por um  enxame… Em modo lírico e poético, este texto, destinado a ser levado à cena por Jean-Lambert-wild na Comédie de Caen, toma lugar, depois  de Le Recours aux forêts , como a premiera lição de um Demócrito que começou a examinar o ceu  para aí encontrar as lições dadas pelo cosmos aos homens. Esta sabedoria dada pelas abelhas convida ao super-homem - que é simplesmente  o conhecimento do papel arquitetónico

Camus

"No inconsciente colectivo francês,  há uma espécie de paixão por este homem que era humilde, simples, impecável, vertical, que encarnava verdadeiramente o que amamos mais na França, a justiça, a verdade, os valores, a virtude, enfim esse género de coisas. O contrário de Sartre." Entrevista a partir do minuto 11 .

Albert Camus

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Novo livro de Onfray. Clicar sobre o primeiro desenho para ver uma entrevista de François Busnel a Michel Onfray.

8 milhas de largura

Um momento de liberdade. Um texto e um vídeo subversivos, a beleza de um corpo com órgãos (a actriz e o cavalo urinam simultaneamente no prado). Do outro lado os abortos conceptuais, a princesa e príncipe encantado: Comem, defecam, urinam? Não, que horror, claro que não! E isso trai a sua verdadeira natureza, mais uma das reencarnações recorrentes de Jesus e a virgem... estamos entendidos?

Encontro com Michel Onfray

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The Ethical Slut

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"A puta ética está apaixonada, mas ela vive de relações múltiplas. Para evitar o inevitável sofrimento do seu parceiro, ela põe em prática uma prudência que evita tanto a transparência sartreana como o silêncio pequeno-burguês. Ela segue uma pragmática concreta, por exemplo, uma vida de casal, mas em apartamentos separados. Este texto propõe-se reabilitar o prazer sexual que fez ondas mesmo, e sobretudo, entre as feministas onde algumas são púdicas, comungando no ódio aos homens pensados como agressores sexuais por princípio, desprezando os jogos amorosos entre iguais de corpos sexuados, lúdicos e felizes, etc. As putas éticas não condenam a pornografia em si mesma, mas sim o seu uso brutal, violento, que reproduz o esquema dominante da nossa sociedade pratiarcal, capitalista e liberal. Uma de entre elas, Annie Sprinkle, diz justamente : « A resposta ao mau porno, não é interditar o porno, é fazer bom porno»."    M. Onfray Slut(puta) é "uma pessoa (qualquer que seja o

Vida filosófica

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"... é imperiosa a necessidade de elaborar uma teoria à altura da prática quando não se pode praticar a teoria professada." "Antístenes assombra-se de que se reprove escolher, só para um momento, a uma companheira que já pareça ter servido muito. Replica que não está mal visto tomar um barco que já tenha permitido muitas travessias pelo mar Mediterrâneo. A primeira libertina que chega faz negócio com quem aceite a sua proposta: um contracto no qual pouco importa a sua beleza, a sua inteligência, a sua posição social ou a sua virgindade, essas insignificâncias tirânicas. Pode ser completamente feia, burra, pobre e prostituta. Só é importante a relação contractual na qual o desejo que ameaça aglomerar-se e transbordar encontra uma ocasião para derramar-se numa relação duplamente desejada. Espalhar-se, eis aqui o projecto. Não é preciso, portanto, envolver essa necessidade em arrulhos, declarações, posturas ridículas e promessas impossíveis de cumprir." Este gesto de A

M.O. no meio da alcateia

Nous vous proposons de découvrir un entretien de Basile de Koch avec Michel Onfray, publié dans Nos meilleurs ennemis,  la nouvelle rubrique   du magazine   "Causeur"  , N° 39, (le 07.09.2011). "Nous continuerons à dialoguer avec nos adversaires - quand ils le voudront bien. Pas seulement parce que cela rend la vie amusante, mais parce que les idées qui ne souffrent pas l’épreuve de la contradiction ne sont que des lieux communs.[...] Dans les mois qui viennent, nous donnerons donc régulièrement la parole à « nos meilleurs ennemis ». Nous inaugurons cette « série noire » avec Michel Onfray qui se bat pour que ceux qui ne partagent pas ses idées puissent les défendre. "     [Elisabeth Lévy, directrice de la rédaction] Basile de Koch :  J’ai lu que vous étiez « l’hédoniste du XXIe siècle » . Vous êtes si seul que ça ?   Michel Onfray : Je ne sais pas où vous avez lu ça, mais il ne me viendrait pas à l’idée de faire de moi

Desbaptizar-se

para os interessados segue-se o texto de M. Onfray, estou com ele: "J’ai été baptisé, comme des millions de français, et cela ne m’empêche pas de dormir. L’eau bénite a été gâchée et l’huile d’olive aurait mieux servi si elle avait agrémenté un filet de poisson servi au presbytère par la bonne moustachue du curé, le tout accompagné d’un vin blanc qui, rappelons-le à nos lecteurs, n’est pas plus sang du christ que l’eau baptismale un liquide magique. Enfant de chœur, je me goinfrais d’hosties avant l’heure du petit déjeuner, j’en mettais dans mon bonnet et les plongeais dans le café au lait de la pension, je buvais au goulot le vin blanc doux tiède de la sacristie, mais ça n’a pas fait avancer le nécessaire combat antichrétien. Tant qu’on perd son énergie à créditer un rite qu’on veut discréditer, on oublie de porter le fer là où il doit être porté. Car le christianisme fait plus de mal dans le formatage contemporain des corps que dans sa capacité à laisser des « traces spirituel

A morte de Deus

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estou a ler "Tratado de Ateologia" de Michel Onfray. as aulas de Michel Onfray na Université populaire de Caen podem ser ouvidas na France Culture em http://sites.radiofrance.fr/chaines/france-culture2/emissions_ete/caen ou no blog http://michel-onfray.over-blog.com , em francês. pouca gente lê, ou leu, este autor (como é costume Portugal é um país de escritores semi-analfabetos, escrevem como loucos mas ler isso é que era bom, dá trabalho!): o mundo nunca será predominante ateu, "a fraqueza, o medo, a angústia diante da morte, que são as fontes de todas as crenças religiosas, nunca abandonarão os homens. Por outro lado, é preciso que alguns espíritos fortes, para usar uma expressão do século XVII, defendam as ideias justas. A questão é converter novos espíritos fortes. Só isso já seria muita coisa." por trás do discurso pacifista e amoroso, o cristianismo, o islamismo e o judaísmo pregam na verdade a destruição de tudo o que represente liberdade e prazer: “Odeiam