Ser homem é
no principio a vida era andrógina, o tempo era andrógino. é ao andrógino que nos dirigimos novamente, apressadamente. a que preço? um homem é já uma miragem na geração pós-adolescente dos nossos filhos; um perfume de macho que se sente ainda aqui e ali na brisa que passa. ser homem é uma invenção da natureza, antiga, herdeira da criação dos sexos, da reprodução. uma fórmula de sucesso repetida e reinventada até à exaustão do nosso tempo. os nossos pais homens ensinaram-nos pela imitação um ser agressivo, machista, terno, canalha, auto-destructivo, suado, lavado, irónico e trocista; um ser homem que já não pudemos ser e muito menos ensinar a ser, no seu lugar construímos uma nova masculinidade insegura e bipolar. Elizabeth Badinter escrevia em “XY: Sobre a identidade masculina” que compete às mulheres ensinar aos seus filhos o novo masculino, assim será. os homens são incapazes de o fazer. mas, amáveis construtoras, sabeis o que é um homem? se tendes de construir um homem é bom que tenh