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Querido fiz xixi na cama! Ou as minhas vergonhosas aventuras no mundo da sexualidade feminina

Altas horas da madrugada peguei na tese de mestrado " Para além da dor: fantasias de prazer, poder e entrega " da Ana Mota (1), que há meses jaz na minha mesa. Achei curioso que o Freire diga no livro Fantasias eróticas. Segredos das mulheres portuguesas , Lisboa, A Esfera dos Livros que o Albuquerque diz que " Alguns estudos nesta área apontam para uma prevalência da submissão nos homens (à razão de vinte submissos para um dominador), enquanto, nas mulheres, os números revelam o contrário (há mais dominadoras do que submissas) ". Fui pesquisar e caí neste post pavoroso. E lembrei-me de que nunca me disseram: - Querido fiz xixi na cama! Mas podiam ter dito... --- Faço a minha declaração de interesses: Sempre fui fraquinho na cama e não tem havido melhorias. Assemelho-me aliás ao meu pequeno mestre, Montaigne que tinha um "sexo curto, também não muito grosso (...) pequeno que logo se torna inoperante"(2). Mas Montaigne torna-se especialis

Patti Smith - Os reis magos

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A ouvir em repeat.

Nada de novo para (me) dizer ao mundo

Ando sem nada de novo para me dizer.

Tetrapharmakon

[...] a sociedade do tempo de Epicuro era uma sociedade doente. Os homens acreditavam que era preciso muito dinheiro, luxúria e fama para alguém poder ser feliz. O medo da morte e do sofrimento estava plantado em seus corações. Toda a miséria humana era causada pelas falsas crenças e pelos desejos sem limites, que nelas eram fundados. Epicuro partia da pressuposição de que a sociedade humana era corrompida e era sua influência que corrompia os homens e os fazia miseráveis. As crenças que mais faziam os homens infelizes eram o medo dos deuses, o medo do sofrimento e o medo da morte. Para curá-los dessas crenças, o filósofo dispunha de um tetrapharmakon, ou seja, de um quádruplo remédio: não há nada a temer quanto aos deuses, não há nada a temer quanto à morte, a dor é suportável e a felicidade está ao alcance de todos. 1. Não se deve temer os deuses , porque eles não se ocupam nem se preocupam com os homens, como imagina o povo, nem são os artífices do mundo como pensa

Compor com o corpo

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Leão   Sinto o sangue correr-me pela garganta, menos um dia, já faltou pouco. O trespasse oleado pela dor não deixa atrás a alvorada. Ficam na Terra os lugares amados, de quem amou e deixou de amar um corpo. Num navio doente, compomos facilmente com a morte. Michel de Montaigne                              

Vamos salvar a espécie

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Vamos salvar a espécie?

A arte do chamulho

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À propensão das mulheres para se prostituirem, de forma não identificável como tal*, respondem os homens com o engano; fazem-se passar por mais saudaveis, mais generosos, mais poderosos ou mais ricos do que são. Somos escravos da necessidade, sei-o bem. A reprodução reina no tempo da juventude, a busca do melhor macho reprodutor não se limita à floresta, veio até à cidade e quem não tem os atributos certos não tem de aceitar essa condição passivamente. Não deposito portanto nenhum juízo moral sobre estas duas faces da mesma moeda, a prostituição socialmente aceite e a manha dos homens... A nobre arte de enganar mulheres que prometem copular em troca de algo mais do que a simples cópula tem nome em Buenos Aires, chama-se " El arte del chamuyo ", uma velha palavra de origem castelhana: chamullo, " Palabrería que tiene el propósito de impresionar o convencer ". Buenos Aires? Sim, pensem no que é o tango , o seu ritual, o seu propósito. E imaginem uma cultura de h

Vinhas doidas

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Videira (cepa) As plantas têm uma alma simples, uma alma de planta  (clicar em caso de dúvida!). Uma alma tropical, para sobreviver no frio das almas da Europa, tem de ficar "estranha", enlouquecer o bastante. Uma flor do sul que viaje para o Norte, uma flor vadia, em 6 meses murcha... tem de regressar ao solo do sul para reverdescer ou morre por dentro. --- Vou contar um pouco da história de uma planta enviada pelos Deuses, a videira. Uma viajante para o sul. Uma viajante que enlouqueceu. --- A videira é uma trepadeira da Europa, é nobre, antiga, vive vidas longas, mais de 100 anos, vê os homens vir e passar; Parreira em Óbidos - foto Rafael Teixeira de Lima forte e estóica gosta de maus solos, gosta de uma vida difícil, é estranha e diferente das demais plantas. Ao mesmo tempo tem uma vida bonita e se for bem tratada é feliz. A usamos para enfeitar as casas como se fosse uma hera. O meu pai plantou uma em frente da porta de casa, a minha mãe encarregou-se d